Genética > Revelados os primeiros genes implicados na gagueira | |
Pesquisadores do NIH descobrem que a gagueira pode surgir a partir de um pequeno defeito metabólico em um processo celular básico
Amostras populacionais de três países, Paquistão, EUA e Inglaterra, foram analisadas no estudo. Mutações em dois dos três genes relacionados à gagueira (GNPTAB e GNPTG) já haviam sido associadas anteriormente a duas desordens metabólicas que afetam a reciclagem celular - as mucolipidoses II e III -, enquanto as mutações no terceiro gene envolvido (NAGPA), intimamente relacionado aos outros dois, estão sendo associadas pela primeira vez a uma desordem humana. As pessoas com gagueira que possuem mutações nos dois genes associados à mucolipidose não chegam a desenvolver as complicações mais sérias da doença, porque se trata de uma condição recessiva. Nesse caso, seriam necessárias duas cópias do mesmo gene mutante para haver a manifestação da condição. Portanto, a presença de apenas uma cópia do gene mutante não chega a inviabilizar por completo a produção de proteínas funcionais em pessoas com gagueira, embora possa ocasionar uma relativa perda de eficiência no processo de reciclagem celular. Os dados relativos à atuação destes três genes no cérebro humano ainda são limitados. As alterações destes genes foram encontradas em apenas uma pequena proporção dos indivíduos analisados e 95% dos casos ainda necessitam ser elucidados, o que reforça a ideia da complexidade genética da gagueira. Dr. Drayna, um dos pesquisadores deste estudo, diz que, embora os resultados possam explicar apenas uma pequena fração dos casos de gagueira, é provável que esta variante esteja presente em um grande número de pessoas que gaguejam. Este é o primeiro estudo a identificar com precisão mutações genéticas específicas como causa potencial de gagueira e isto pode levar a uma importante expansão nas opções de tratamento. Entre os próximos passos relacionados a estes achados, está um estudo epidemiológico de alcance mundial para determinar a porcentagem de pessoas que apresentam uma ou mais destas mutações. No editorial (em inglês) que o The New England Journal of Medicine publicou sobre esta notável descoberta, Dr. Fisher afirma: Como outros distúrbios neurodesenvolvimentais que afetam a fala, a tarefa de conectar os pontos entre genes e gagueira está apenas começando.
|
|
Voltar |
"Instituto Brasileiro de Fluência - IBF" Todos os direitos reservados. |