O Jogo da Imitação é um filme muito impactante. Não só por mostrar a quebra do código da máquina nazista chamada Enigma. Impacta principalmente pelo que uma nação pode fazer com uma pessoa que, com suas habilidades, diminuiu o tempo da II Guerra Mundial e, assim, impediu que milhares de pessoas fossem mortas.
Também impacta porque Alan Turing, o matemático retratado no filme, era uma pessoa que gaguejava muito e, talvez por isso, pouco desenvolveu habilidades sociais e comunicativas. Sua gagueira, seu homossexualismo e suas impressionantes capacidades cognitivas, apesar de todas as inestimáveis conquistas, lhe custaram não só muito sofrimento, como também a sua vida.
A ainda gigantesca ignorância sobre o que é a gagueira tem provocado estragos em muitas vidas através da história. Mas é muitíssimo interessante não esquecer que na Inglaterra, o estrategista da guerra era Winston Churchill, o rei era George VI e quem desvendou Enigma foi Alan Turing. TODOS os três eram pessoas que gaguejavam. E tiveram aos seus lados a presença de mulheres que lhes incentivaram e colaboraram proativamente para que pudessem seguir nas suas tarefas e responsabilidades. No caso de Turing, ele seleciona uma mulher, a criptóloga Joan Clarke, entre vários candidatos, para colaborar com ele na quebra dos códigos. E ela, de fato, é fundamental para isso. Pelo menos na visão do roteirista e do diretor do filme.
Turing, Churchill e o Rei George VI estão na lista de Famosos que gaguejam da Fundação Americana de Gagueira (Stuttering Foundation of America): www.stutteringhelp.org/famous-people-who-stutter A gagueira de Turing pode ser percebida aqui, dando uma aula sobre computação.
Outros dados sobre sua vida podem ser vistos nesta página.
Não deixem de assistir ao filme. Turing foi acusado de homossexualismo, condenado e obrigado a fazer uma castração química para se livrar deste “mal”. Morreu em 1954. Foi perdoado desta acusação pela Rainha Elizabeth (filha de George VI) somente em 2013, mais de 60 anos depois!Uma das tarefas mais importantes do Instituto Brasileiro de Fluência - IBF, onde gagueira é levada a sério, é colaborar para que a ignorância sobre esse distúrbio seja erradicada.
Curta nossa página no Facebook e visite nosso site.
A gagueira não é engraçada, não é voluntária e não deveria ser motivo de bullying nem de sofrimento.
Dra Anelise Junqueira Bohnen
Presidente do Instituto Brasileiro de Fluência
Com a colaboração da Diretoria Educacional Ignês Maia Ribeiro |